Os candidatos têm assumido posições distintas, que refletem as suas orientações ideológicas e visões para o futuro do trabalho em Portugal.

Do lado dos apoiantes da reforma, João Cotrim de Figueiredo defende a flexibilização laboral como forma de evitar despedimentos coletivos e aumentar a competitividade.

No debate com Gouveia e Melo, afirmou que, se fosse Presidente, promulgaria a legislação.

No campo oposto, os candidatos de esquerda manifestam uma forte oposição.

António Filipe, apoiado pelo PCP, considera a proposta um "retrocesso" e uma "ofensiva em grande escala contra os direitos dos trabalhadores", garantindo que, como Presidente, a submeteria ao Tribunal Constitucional.

António José Seguro, no debate com André Ventura, classificou a revisão como desnecessária e movida por "caprichos ou marca ideológica do momento", defendendo o direito à greve.

Henrique Gouveia e Melo adota uma postura mais cautelosa, apelando ao diálogo entre Governo e sindicatos e admitindo que algumas das propostas "não fazem muito sentido" e podem "precarizar demasiado o trabalho".

A sua indecisão sobre uma eventual promulgação contrasta com as posições mais definidas dos restantes candidatos. Esta divisão espelha o debate nacional e força os candidatos a posicionarem-se num dos dossiês mais sensíveis da atualidade política.