A pré-campanha do candidato presidencial José Luís Carneiro tem sido marcada por uma estratégia dupla: uma forte crítica à gestão governamental do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e uma aproximação às comunidades portuguesas no estrangeiro. O secretário-geral do PS tem denunciado repetidamente o "caos" nas urgências hospitalares, especialmente nos serviços de ginecologia e obstetrícia da região de Lisboa, acusando o executivo de falhar na garantia de "previsibilidade e segurança" no acesso aos cuidados de saúde. Carneiro afirma que o Governo continua sem dar resposta à proposta socialista para a coordenação da emergência hospitalar, utilizando a crise na saúde como uma das principais armas de oposição.
Paralelamente, o candidato tem procurado projetar uma imagem de estadista através de visitas à diáspora.
Numa recente visita ao Canadá, destacou o "caráter estratégico" das comunidades portuguesas para a presença externa do país, sublinhando o seu papel decisivo na inserção global de Portugal.
Esta abordagem permite-lhe atuar em duas frentes: como líder da oposição, fiscalizando a ação do Governo em áreas críticas para os cidadãos, e como potencial Chefe de Estado, valorizando o papel dos portugueses no mundo e abordando temas de soberania e representação externa.
Em resumoJosé Luís Carneiro equilibra a sua campanha entre a denúncia dos problemas internos, com especial foco no SNS, e a valorização da diáspora portuguesa. Esta estratégia visa consolidar a sua posição como principal voz da oposição, ao mesmo tempo que constrói uma imagem presidencial com preocupações de âmbito nacional e internacional.