O confronto expôs visões antagónicas sobre o papel do Estado, a economia e a postura do Presidente da República, com ambos os candidatos a trocarem acusações sobre os seus posicionamentos políticos.
Gouveia e Melo, posicionando-se como um candidato suprapartidário, atacou a base ideológica de Catarina Martins, descrevendo-a como uma “declinação sofisticada do marxismo-leninismo” e criticando a sua recusa em dar posse a um eventual governo do Chega. O almirante defendeu a necessidade de uma “economia livre” e criticou o peso do Estado, que, segundo ele, “retira da economia cerca de 41 a 42% do PIB nacional”.
Por sua vez, Catarina Martins, apoiada pelo Bloco de Esquerda, contrapôs, questionando a independência de Gouveia e Melo ao recordar o seu almoço com André Ventura e o empresário Mário Ferreira, referindo-se a este como um “magnata”. A candidata defendeu um papel presidencial ativo na defesa das causas sociais e dos serviços públicos, citando Mário Soares e Jorge Sampaio como exemplos de presidentes com uma posição política clara.
As divergências estenderam-se a temas como a Defesa, com Gouveia e Melo a sublinhar que “sem os EUA a nossa segurança é precária”, enquanto Martins considerou essa dependência como “viver na boca do lobo”.
O único ponto de convergência notável foi a admissão de ambos em demitir um governo, mas apenas em “situação limite” ou num caso “muito grave”, para preservar a estabilidade governativa.












