A justificação apresentada pela direção do PAN para esta neutralidade é o “contexto marcado por uma profunda fragmentação do eleitorado” e um “número elevado” de candidaturas.

Segundo o partido, nenhuma das propostas políticas apresentadas até ao momento é “clara e amplamente mobilizadora” nem defende de forma inequívoca os “princípios estruturantes da ação política” do PAN.

Esta posição de não-alinhamento reflete a dificuldade do partido em encontrar um candidato que represente integralmente as suas causas, num cenário político cada vez mais polarizado e com múltiplas opções em cada espectro ideológico. Embora o PAN não se comprometa com nenhum candidato nesta fase, o partido deixa em aberto a possibilidade de declarar um apoio numa eventual segunda volta eleitoral.

A decisão final dependerá dos dois candidatos que passarem à fase final e da sua afinidade com as prioridades do partido.

A neutralidade do PAN na primeira volta pode ter implicações no equilíbrio de forças, especialmente no campo da esquerda e do centro-esquerda, onde o seu eleitorado se poderia dispersar por vários candidatos, como Catarina Martins ou Jorge Pinto.