Este cenário de grande incerteza é acentuado por uma elevada percentagem de indecisos (22%) e pela fraca expressão dos candidatos da esquerda, que, somados, não atingem os 20%.

A sondagem, realizada pelo ICS e ISCTE para a SIC e o Expresso, sugere que, se as eleições fossem hoje, a decisão seria remetida para uma segunda volta, um cenário que não ocorre em Portugal há 40 anos.

A análise dos dados revela que Ventura domina o eleitorado mais jovem, enquanto Gouveia e Melo demonstra capacidade de vencer qualquer adversário numa segunda volta.

A posição de Marques Mendes, tecnicamente empatado com os líderes mas em terceiro lugar, obriga-o a uma campanha mais aguerrida para evitar ficar de fora da disputa final. Para os restantes candidatos, os resultados são desanimadores: António José Seguro recolhe 10% das intenções de voto e João Cotrim de Figueiredo apenas 3%, um valor que o próprio candidato desvalorizou, afirmando: "Enganaram-se sem querer ou de propósito". Esta configuração inicial da corrida presidencial coloca uma enorme pressão sobre os candidatos do centro-direita e da esquerda para se diferenciarem e mobilizarem um eleitorado fragmentado e ainda muito hesitante, indicando que os debates e o desenrolar da campanha serão decisivos para cristalizar as intenções de voto.