O debate entre Luís Marques Mendes e André Ventura foi um dos mais aguardados da pré-campanha, centrando-se na disputa pelo eleitorado de direita e tendo o combate à corrupção como tema dominante. A discussão foi pautada por uma troca de acusações sobre a independência de cada candidato, com Ventura a rotular Mendes de "marioneta do Governo" e do PSD, enquanto Mendes classificou o líder do Chega como um "candidato a Xerife da República" e "agitador-mor". Para se demarcar, Marques Mendes apresentou uma proposta concreta: a convocação de um Conselho de Estado dedicado exclusivamente à reforma da Justiça e ao combate à corrupção.
Em resposta, Ventura desvalorizou a iniciativa e contra-atacou, recordando os comentários de Mendes sobre o caso BES, afirmando: "O homem que está à minha frente era o homem que dizia que estava tudo bem com o BES". A estratégia de Ventura passou por se apresentar como o único candidato verdadeiramente antissistema, enquanto Mendes procurou assumir uma postura de estadista, com propostas e críticas ao que considerou ser a falta de "sentido de Estado" do seu adversário.
O debate evidenciou a luta pela hegemonia no espaço político da direita, com ambos os candidatos a tentarem provar quem possui mais legitimidade para liderar a bandeira da reforma do sistema e do combate à corrupção, um tema que se tem revelado central para mobilizar o eleitorado.
Em resumoO debate entre Marques Mendes e André Ventura foi um confronto direto pelo eleitorado de direita, focado na corrupção e na independência de cada candidato. Mendes propôs um Conselho de Estado sobre Justiça, enquanto Ventura o atacou com o caso BES, numa clara disputa sobre quem melhor representa a rutura com o "sistema".