O assunto foi levantado durante o debate com Jorge Pinto, onde Gouveia e Melo se mostrou irritado com a questão, afirmando que o apoio surgiu num "timing estranhíssimo", que não o pediu e que o "dispensava", sublinhando não ter qualquer relação com o ex-governante.

Esta tomada de posição foi uma tentativa clara de se distanciar de uma figura controversa, cujo apoio é visto como politicamente tóxico, especialmente para um candidato que baseia a sua imagem na independência e na integridade.

O incidente permitiu a Jorge Pinto, candidato apoiado pelo Livre, pressionar o seu adversário em temas fraturantes.

Questionado sobre o que faria perante uma revisão constitucional "drástica" promovida apenas pela direita (PSD e Chega), Gouveia e Melo foi levado a admitir que dissolveria a Assembleia da República, considerando que tal cenário representaria uma "quebra gravíssima do contrato feito nas eleições". O apoio de Sócrates, embora indesejado, forçou Gouveia e Melo a clarificar os seus limites institucionais e a reforçar a sua demarcação de figuras e práticas do passado, num episódio que expôs as vulnerabilidades de uma candidatura que se quer imune às teias do sistema partidário tradicional.