O debate entre João Cotrim de Figueiredo e Jorge Pinto evidenciou as profundas diferenças entre as visões liberal e ecologista de esquerda para o país, com a saúde, a lei laboral e a corrupção a serem os principais pontos de discórdia. Cotrim Figueiredo, apoiado pela Iniciativa Liberal, defendeu uma maior flexibilidade laboral e criticou duramente o estado do Serviço Nacional de Saúde (SNS), afirmando que o sistema está "corrupto" não apenas na vertente legal, mas também "moral e técnica". Por outro lado, Jorge Pinto, apoiado pelo Livre, descreveu o SNS como "a mais bela conquista" da democracia e propôs uma mobilização da sociedade para o salvar, defendendo o veto à atual proposta de reforma laboral do Governo, que considerou um retrocesso.
O ambiente do debate foi tenso, com acusações mútuas de falta de honestidade. Cotrim Figueiredo reiterou ter sofrido "pressões" por parte de "apoiantes de Marques Mendes que se sentiram autorizados" a falar para que desistisse da sua candidatura.
Ambos os candidatos garantiram que não irão desistir da corrida presidencial, procurando cada um consolidar o seu espaço político.
O confronto serviu para demarcar as fronteiras entre um projeto focado na liberdade económica e na reforma do Estado e um outro centrado na defesa dos serviços públicos, nos direitos dos trabalhadores e na transição ecológica, mostrando que, apesar de poderem disputar algum eleitorado urbano e jovem, as suas propostas para o país são fundamentalmente distintas.
Em resumoO debate entre João Cotrim de Figueiredo e Jorge Pinto revelou visões opostas sobre o SNS, a lei laboral e o ambiente. Cotrim criticou a "corrupção" no sistema de saúde, enquanto Pinto o defendeu como uma conquista democrática, num confronto que vincou as diferenças ideológicas entre os dois candidatos.