O líder do Chega argumenta que temas desta magnitude não podem ser decididos apenas na Assembleia da República, devendo ser os portugueses a pronunciar-se diretamente. Esta posição contrasta com a de outros candidatos, como Luís Marques Mendes, que, sobre a lei da morte medicamente assistida, já garantiu que, se for eleito Presidente, a enviará para fiscalização do Tribunal Constitucional (TC), demarcando-se da atuação de Marcelo Rebelo de Sousa, que acabou por promulgar o diploma. Jorge Pinto, por sua vez, também prometeu garantir que "não há qualquer margem de dúvida em relação à constitucionalidade" da lei.

A insistência de Ventura nos referendos insere-se na sua estratégia de se apresentar como a voz do povo contra as elites políticas e judiciais, desafiando os seus adversários a clarificarem as suas posições e a não temerem a consulta popular.

Esta abordagem força os restantes candidatos a definirem o seu entendimento sobre os limites da democracia representativa e o papel do Presidente da República como árbitro e guardião da Constituição, transformando estas questões em testes decisivos sobre a sua visão do exercício do poder presidencial.