O confronto foi marcado por uma disputa pelo eleitorado progressista, com Seguro a apelar ao voto útil e Pinto a garantir a sua permanência na corrida até ao fim.

O debate aqueceu com a discussão sobre a revisão constitucional e os poderes presidenciais.

Jorge Pinto reiterou a sua posição de que, se eleito, dissolveria a Assembleia da República caso a direita aprovasse uma revisão constitucional “drástica” sem o envolvimento da esquerda, uma medida que descreveu como a sua “dissuasão nuclear” para garantir a “pedagogia da estabilidade”.

António José Seguro contrapôs, classificando a ameaça como “irresponsável” e argumentando que um Presidente não deve agir com base em cenários hipotéticos que podem gerar instabilidade.

Jorge Pinto justificou a sua candidatura com “divergências de fundo” em relação a Seguro, recordando o período da troika para acusar o antigo líder do PS de “passividade”. Seguro, por sua vez, defendeu as suas ações nesse “período muito difícil” e tentou posicionar-se como a única força capaz de unir a esquerda para evitar uma segunda volta disputada apenas pela direita. O apelo de Seguro foi claro: “espero que nenhum eleitor de esquerda acorde no dia 19 de janeiro” a lamentar a divisão de votos. Apesar das divergências, ambos os candidatos encontraram pontos de convergência na crítica à proposta de reforma laboral do Governo, com Seguro a admitir uma “clara inclinação” para a vetar, alinhando-se com a posição já expressa por Jorge Pinto.