O confronto evidenciou duas visões antagónicas sobre o papel do Presidente da República e as estratégias para reformar a justiça.

Marques Mendes, apoiado pelo PSD, propôs a realização de um Conselho de Estado dedicado exclusivamente ao combate à corrupção e à reforma da justiça, uma medida que visa demonstrar uma abordagem institucional ao problema.

Ventura, líder do Chega, ridicularizou a proposta, afirmando que a solução não passa por mais reuniões, mas por “acabar com eles”, referindo-se aos corruptos.

O debate foi marcado por uma troca de acusações: Mendes acusou Ventura de ser um “agitador-mor” e um “candidato a xerife da República” sem “sentido de Estado”, enquanto Ventura rotulou Mendes de “marioneta do Governo” e de Montenegro, questionando a sua independência. O caso BES foi uma das armas de arremesso de Ventura, que recordou comentários passados de Mendes sobre o banco: “O homem que está à minha frente era o homem que dizia que estava tudo bem com o BES”. Marques Mendes defendeu-se, afirmando que as suas palavras foram descontextualizadas e contra-atacou, declarando que “políticos a mandar prender alguém era no tempo da PIDE”.

A discussão sobre o 25 de Novembro também dividiu os candidatos, com Mendes a acusar Ventura de só comemorar a data por não gostar do 25 de Abril, enquanto defendia a importância de ambas as datas para a democracia portuguesa.