As divergências sobre saúde, trabalho e o papel do Estado dominaram a discussão, embora os candidatos tenham encontrado um raro ponto de concordância na necessidade de melhores salários. Cotrim de Figueiredo defendeu a sua visão liberal para o SNS, propondo que se “alinhem os incentivos” e se utilize a capacidade instalada do setor privado e social para reduzir as listas de espera, uma ideia que António Filipe rejeitou, defendendo o afastamento das “políticas neoliberais” da saúde e o reforço do serviço público.
O candidato comunista acusou os liberais de venderem “ideias bafientas do Século XIX como fossem modernidades”.
Em relação à reforma laboral, as posições foram igualmente antagónicas, com Cotrim a defender maior flexibilidade e Filipe a denunciar o “apoio quase entusiástico” do seu adversário às propostas do Governo.
O momento mais inesperado do debate foi a concordância entre ambos na necessidade de “mais emprego e mais salários”.
Cotrim Figueiredo surpreendeu ao afirmar: “surpreendentemente vamos estar de acordo em algumas ideias aqui”.
No entanto, a harmonia foi breve.
Discutiram também sobre qual dos seus campos políticos apoiou mais governos no passado, com Cotrim a colar António Filipe ao legado da “geringonça”.
O debate, embora civilizado, serviu para demarcar claramente as fronteiras ideológicas entre um liberal e um comunista, solidificando as suas bases de apoio.













