O confronto direto evidenciou a disputa acesa pelo mesmo espaço eleitoral e as estratégias de ambos para fragilizar o adversário direto na corrida a Belém. O ponto central da hostilidade foi a alegação de Cotrim de Figueiredo de que foi alvo de pressões por parte de "apoiantes destacados de Luís Marques Mendes" para desistir da sua candidatura. Instado por Marques Mendes a revelar nomes, o candidato liberal recusou-se a fazê-lo, o que levou o social-democrata a acusá-lo de se comportar "como uma espécie de André Ventura envergonhado", por lançar acusações sem provas. A troca de acusações dominou o início do debate, com Mendes a afirmar ter sido vítima de "um ataque pessoal muito feio" e Cotrim a defender a veracidade das suas denúncias, interpretando a agressividade do adversário como um sinal de que a sua candidatura é vista como "muito mais perigosa" do que outras. Para além dos ataques pessoais, os dois candidatos divergiram notoriamente em temas como a reforma da legislação laboral, com visões distintas sobre a flexibilização do mercado de trabalho.
A discussão sobre políticas concretas, no entanto, foi frequentemente ofuscada pela troca de acusações sobre caráter e transparência, demonstrando que a principal preocupação de ambos era neutralizar o concorrente que consideram mais próximo no espectro político e, consequentemente, uma maior ameaça à sua passagem a uma eventual segunda volta.














