As acusações mútuas sobre as decisões políticas de há mais de uma década dominaram o confronto, relegando para segundo plano as propostas para o futuro do país. Catarina Martins, candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda, adotou uma postura ofensiva, acusando repetidamente António José Seguro de ter colaborado com a direita durante o governo de Pedro Passos Coelho.
A bloquista recordou a "abstenção violenta" do PS, então liderado por Seguro, a um Orçamento do Estado da troika, afirmando: "Sei o que fizeste em 2013".
Martins procurou colar o seu adversário a políticas de austeridade, argumentando que Seguro só dialogava com a direita.
Em resposta, o candidato apoiado pelo PS defendeu as suas decisões como um ato de "responsabilidade" em "momentos difíceis", garantindo que "voltaria a fazer o mesmo". Seguro contra-atacou, acusando Catarina Martins de tentar "agarrar-se ao património de Mário Soares" e responsabilizando o Bloco de Esquerda pelo chumbo de orçamentos do governo de António Costa, que levou à queda da "geringonça".
O debate demonstrou a dificuldade da esquerda em superar as divisões herdadas da crise financeira, com os candidatos mais preocupados em justificar o passado do que em construir uma visão comum para o futuro, o que pode complicar qualquer apelo à unidade numa eventual segunda volta.














