Esta mudança reflete uma volatilidade crescente no eleitorado e reposiciona os principais candidatos na disputa por um lugar na segunda volta.

De acordo com uma sondagem da Aximage para o Diário de Notícias, o candidato apoiado pelo Chega surge pela primeira vez na liderança das intenções de voto, num cenário que baralha a corrida a Belém. A mesma sondagem revela uma queda acentuada de Henrique Gouveia e Melo, que passa de favorito a terceiro lugar, mantendo-se, no entanto, dentro do empate técnico com Ventura e Luís Marques Mendes, que ocupa a segunda posição. Esta reconfiguração do xadrez político é um dos desenvolvimentos mais marcantes da pré-campanha, indicando que a eleição está longe de estar decidida e que a passagem à segunda volta será intensamente disputada.

Outra alteração relevante é a subida de João Cotrim de Figueiredo, que ultrapassa António José Seguro, assumindo o quarto lugar. A trajetória de Seguro, que vinha a crescer, parece ter perdido fôlego. O próprio André Ventura comentou os resultados, afirmando que estes se devem ao facto de "trazer para esta campanha temas que não estavam lá". A volatilidade demonstrada por esta sondagem sugere que os debates e as ações de campanha estão a ter um impacto real na perceção dos eleitores, tornando a eleição uma das mais imprevisíveis da história recente. O cenário de uma segunda volta entre dois candidatos de direita ou centro-direita, ou mesmo entre um candidato de direita e um de extrema-direita, ganha força, o que deverá intensificar as estratégias de apelo ao "voto útil" nas próximas semanas.