A única divergência notória surgiu no tema da política externa, especificamente na abordagem à guerra na Ucrânia.
Descrito como um debate "quase fraterno", o encontro entre a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda e o candidato apoiado pelo PCP revelou que ambos "respiram o mesmo oxigénio" político.
Houve um alinhamento total em temas como a greve geral, as críticas à proposta de lei laboral do Governo, a defesa dos direitos dos trabalhadores e até em questões como a participação na Eurovisão. Esta sintonia reforça a imagem de um bloco coeso à esquerda do PS, capaz de apresentar uma frente unida contra as políticas do atual Governo.
No entanto, a harmonia foi quebrada quando a discussão se centrou na guerra na Ucrânia.
Enquanto Catarina Martins manteve uma posição mais alinhada com a condenação da invasão russa, António Filipe expressou uma visão distinta, considerando "errado" o envio de armas para a Ucrânia e fazendo uma equivalência entre os presidentes da Rússia e da Ucrânia. Ao ser pressionado a escolher entre Putin e Zelensky, o candidato comunista respondeu "venha o Diabo e escolha", uma posição que o fragilizou no debate e marcou o único ponto de clivagem real entre os dois. Apesar desta diferença, o tom geral do debate foi de concordância, sublinhando que, no plano interno, as duas candidaturas partilham uma agenda comum.













