O confronto evidenciou as profundas divisões no panorama político português sobre temas como a legislação laboral, segurança e imigração.

O embate entre o candidato apoiado pelo Chega e o candidato apoiado pelo PCP foi caracterizado por uma troca acesa de acusações, distanciando-se de uma discussão programática para se focar na deslegitimação do adversário. António Filipe acusou André Ventura de ter “ziguezagues” e de mudar de posição sobre a greve geral e o pacote laboral, tentando associá-lo ao governo de Passos Coelho. Em resposta, Ventura acusou o comunista de ter um “gosto por ditadores” e de apoiar regimes como o de El Salvador, que descreveu como uma “república das bananas”. A discussão abrangeu um vasto leque de temas que separam os dois campos políticos, incluindo o legado da 'geringonça', que Ventura afirmou ter beneficiado o Chega, e as políticas da troika. Ventura utilizou recortes de notícias para suportar os seus argumentos, enquanto Filipe se demarcou da 'geringonça'. A segurança e a imigração foram outros pontos de forte clivagem, com Ventura a criticar a “fantasia” de um país seguro defendida por Filipe e a tomar liberdades com dados estatísticos, um ponto que foi posteriormente verificado por alguns meios de comunicação. O tom do debate foi tão confrontacional que Ventura chegou a dizer, em tom de ironia, que esperava que na segunda volta “o António Filipe vai votar em mim”.