A participação de vários candidatos nas manifestações e as suas declarações sobre a paralisação transformaram um conflito social num palco central da campanha eleitoral. Os candidatos da esquerda, como Catarina Martins, António Filipe e Jorge Pinto, marcaram presença nas manifestações em solidariedade com os trabalhadores, considerando a greve um sucesso e um sinal claro para o Governo recuar.

António José Seguro também apelou a que o executivo retirasse a proposta de lei, defendendo que o país “não precisa de instabilidade social”.

No campo da direita, as posições foram mais matizadas.

Luís Marques Mendes afirmou que a greve era a “democracia a funcionar” e mostrou-se convicto de que a negociação levaria a uma lei equilibrada.

Henrique Gouveia e Melo, embora recusando suspender a sua agenda, declarou-se contra a precarização do trabalho.

André Ventura, por sua vez, teve a reação mais complexa: criticou o Governo por ser “casmurro e teimoso” e por não ter evitado a greve, utilizando a forte adesão como justificação para a sua mudança de posição sobre o pacote laboral, ao mesmo tempo que condenava quem fazia da paralisação “uma grande vitória política”.

O evento forçou todos os candidatos a tomarem uma posição clara sobre um tema fraturante, revelando as suas visões sobre as relações laborais e o diálogo social.