A greve geral contra o pacote laboral do Governo e a consequente mudança de posição de André Ventura sobre o tema marcaram a semana da campanha presidencial, com os candidatos a usarem a contestação social para atacar o executivo e os seus adversários. A viragem do líder do Chega, em particular, foi alvo de críticas por parte de vários candidatos, que o acusaram de oportunismo. Após a greve, André Ventura, que inicialmente parecia apoiar a reforma, declarou que o Chega não aprovaria uma lei que fosse um "bar aberto de despedimentos", uma mudança de tom que foi imediatamente apontada por adversários como António Filipe e Jorge Pinto, que o acusaram de "ziguezagues" e de ser um "catavento".
António José Seguro aproveitou para desafiar Ventura a clarificar se votaria contra ou a favor da proposta, afirmando que "a política é assumir com frontalidade e com clareza qual é a sua posição".
Os restantes candidatos também se posicionaram.
Henrique Gouveia e Melo manifestou-se contra a "precarização dos direitos dos trabalhadores", enquanto Luís Marques Mendes aconselhou o Governo a procurar um acordo mais amplo.
Catarina Martins e António Filipe mantiveram a sua oposição firme ao pacote.
João Cotrim Figueiredo, por sua vez, desvalorizou a dimensão do protesto, afirmando não ver uma "resistência inultrapassável" e defendendo que promulgaria a lei, apelando ao diálogo.
A greve e as suas repercussões políticas serviram assim para demarcar as posições dos candidatos sobre direitos laborais e a sua relação com os movimentos sociais e o Governo.
Em resumoA greve geral e a reforma laboral tornaram-se um tema central na campanha, expondo as divisões entre os candidatos. A mudança de posição de André Ventura foi o principal foco de críticas, com os adversários a acusá-lo de oportunismo político, enquanto os restantes candidatos consolidaram as suas posições sobre os direitos dos trabalhadores.