Os temas da legislação laboral, segurança, e o papel da Constituição dominaram um confronto onde as acusações mútuas foram constantes.

A greve geral e o pacote laboral do Governo abriram a discussão, com António Filipe a acusar Ventura de "ziguezagues" e de ter mudado de posição sobre a reforma laboral apenas por oportunismo após a forte adesão à greve. "A mudança de discurso de Ventura só revela o grande sucesso da greve geral", afirmou o candidato comunista.

Ventura defendeu a sua coerência e garantiu que o Chega votará contra a proposta do Governo se esta não for alterada.

O debate sobre segurança foi igualmente aceso.

António Filipe acusou Ventura de ter uma visão de "república das bananas" e de gostar de "ditadores", referindo-se ao modelo de segurança de El Salvador, que Ventura elogiou. O líder do Chega contrapôs, acusando o candidato do PCP de viver numa "fantasia" sobre a segurança no país.

A revisão da Constituição foi outro ponto de discórdia.

Ventura defendeu a necessidade de a alterar, enquanto António Filipe se opôs, acusando o líder do Chega de querer minar os alicerces do regime democrático. Num momento de ironia, Ventura sugeriu que, numa segunda volta, "o António Filipe vai votar em mim", refletindo a sua estratégia de se apresentar como o candidato antissistema. O debate serviu para demarcar claramente as posições de ambos, com Filipe a colar Ventura ao legado de Passos Coelho e Ventura a acusar o comunista de defender regimes autoritários.