Uma vaga de incêndios rurais de grande dimensão tem assolado Portugal, com particular incidência nas regiões Centro e Norte, resultando em perdas humanas, destruição de habitações e vastas áreas florestais, e colocando a resposta do Governo sob intenso escrutínio público e político. O incêndio que deflagrou em Arganil, distrito de Coimbra, há mais de uma semana, tornou-se o foco principal das preocupações, alastrando-se por múltiplos concelhos como Covilhã, Fundão, Seia e Castelo Branco, e caminhando para ser o maior de sempre registado em Portugal, com uma área ardida estimada em cerca de 60 mil hectares. A situação no terreno tem sido descrita como caótica por autarcas e populares, com relatos de aldeias cercadas pelas chamas, evacuações e uma luta desesperada para salvar bens e animais.
O presidente da Câmara de Almeida descreveu as dificuldades, afirmando que "o vento não está a ajudar" nos trabalhos de contenção.
A população local tem criticado a falta de meios e a descoordenação, com moradores a sentirem-se "entregues a nós próprios".
A tragédia já provocou três vítimas mortais, incluindo um bombeiro e um operador de uma máquina de rasto. Em resposta à crise, o Governo convocou um Conselho de Ministros extraordinário para aprovar medidas de apoio às populações afetadas.
O ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, garantiu que os prejuízos são "bastante superiores" aos do ano passado e que os primeiros apoios serão pagos rapidamente. Contudo, a gestão política da crise tem sido alvo de críticas, nomeadamente devido às férias de membros do Governo durante o período crítico, o que levou à convocação do primeiro-ministro ao Parlamento para prestar esclarecimentos.
A ajuda internacional foi ativada, com a chegada de meios aéreos da Suécia, Grécia e França para auxiliar no combate.
Em resumoPortugal enfrenta uma das piores épocas de incêndios da década, com o fogo de Arganil a atingir proporções históricas. A resposta tem sido marcada por um esforço massivo de operacionais no terreno, mas também por críticas à gestão política e à falta de meios, enquanto o Governo promete apoios rápidos para mitigar os prejuízosos avultados.