Os incêndios florestais continuam a devastar várias regiões de Portugal, com especial incidência em Arganil, Pedrógão Grande e Sabrosa, reacendendo o debate sobre a prevenção e a gestão da floresta no país. A dimensão dos fogos, que já consumiram dezenas de milhares de hectares, mobiliza um vasto dispositivo de combate e gera grande apreensão nas populações locais.\n\nO país enfrentou nos últimos dias uma vaga de incêndios de grande dimensão, com o fogo que deflagrou em Piódão, no concelho de Arganil, a ser um dos mais preocupantes. Lavrando durante 11 dias, entrou finalmente em fase de resolução, mas deixou um rasto de destruição que consumiu mais de 57 mil hectares, atravessou sete concelhos em três distritos e causou enormes prejuízos na agricultura e pecuária. A situação em Pedrógão Grande também gerou enorme alarme, reavivando as memórias trágicas de 2017. O incêndio que deflagrou no sábado obrigou à evacuação de cinco aldeias e, apesar de já estar em fase de resolução, deixou um cenário de destruição, com habitações e viaturas consumidas pelas chamas. Moradores locais expressaram a convicção de que o fogo teve "mão criminosa", um sentimento partilhado pela autarca de Sabrosa, Helena Lapa, que considerou ser "muita coincidência" a ocorrência de três grandes incêndios no concelho em cerca de um mês. Em Sabrosa, as chamas ameaçaram habitações e um canil, que teve de ser evacuado.
O combate aos fogos tem sido dificultado pelas condições meteorológicas e pela natureza do terreno, exigindo a mobilização de centenas de operacionais e múltiplos meios aéreos.
A resposta das populações tem sido crucial, com muitos civis a participarem ativamente na defesa das suas casas e bens.
A gestão da crise e a eficácia dos meios de combate estão, mais uma vez, no centro do debate público e político.
Em resumoOs grandes incêndios em Arganil, Pedrógão Grande e Sabrosa devastaram dezenas de milhares de hectares, causando enormes prejuízos e obrigando à evacuação de populações. A suspeita de fogo posto é recorrente, enquanto o debate sobre a prevenção e a resposta do Estado se intensifica perante a dimensão da catástrofe.