Entre as razões apontadas para esta quebra estão fatores demográficos, o elevado custo do alojamento estudantil e as novas regras de acesso.

O candidato presidencial Luís Marques Mendes aconselhou o Governo a realizar um estudo "com rigor" para perceber os motivos do decréscimo, afirmando que "menos jovens no ensino superior é uma má notícia". O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) alertou que a situação é mais grave no interior do país, o que acentua as assimetrias regionais e coloca em causa a coesão territorial, defendendo uma alteração do modelo de acesso. A Federação Académica de Lisboa (FAL) também exigiu medidas "urgentes", sublinhando a necessidade de um reforço estrutural do apoio social para que nenhum jovem seja impedido de estudar por razões económicas.

No que toca aos cursos, Engenharia Aeroespacial na Universidade do Porto manteve-se como o curso com a nota de entrada mais alta (19,43 valores), seguido por outros 13 cursos, incluindo várias licenciaturas em Medicina e Engenharia, que exigiram médias superiores a 18 valores. Verificou-se também uma diminuição no número de alunos carenciados (beneficiários de escalão A de Ação Social Escolar) colocados, o que levanta preocupações sobre a equidade no acesso.