Os resultados financeiros divulgados pela transportadora aérea revelam um cenário de dois tempos. O segundo trimestre do ano foi lucrativo, com um resultado positivo de 37,5 milhões de euros, impulsionado pelo aumento de 4,5% no número de passageiros transportados, para 4,4 milhões. No entanto, este lucro não foi suficiente para compensar as perdas avultadas de 108,2 milhões de euros registadas no primeiro trimestre, um período tradicionalmente mais fraco para a aviação.

O resultado líquido semestral foi também penalizado por perdas cambiais, nomeadamente devido à desvalorização do dólar face ao euro.

Um especialista do setor considerou que estes prejuízos colocam a TAP "em contramão" com a tendência geral de recuperação das companhias aéreas europeias.

A agravar o cenário de incerteza está o processo de privatização, que se encontra num "limbo".

O Governo ainda não aprovou o caderno de encargos, prometido para julho, o que, segundo analistas, gera impaciência nos potenciais compradores e pode levar à degradação do valor da empresa. A companhia enfrenta ainda constrangimentos operacionais, como a saturação do Aeroporto de Lisboa e limitações no crescimento da sua frota, que condicionam a expansão das receitas.