A declaração do Presidente da República português foi proferida de surpresa na Universidade de Verão do PSD e rapidamente se tornou um dos principais tópicos políticos do dia. Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que não se trata de "uma aliança baseada na amizade, na cumplicidade económica, ideológica ou doutrinária", mas sim de uma convergência de interesses que beneficia a Rússia.

Esta afirmação gerou preocupações sobre um potencial "conflito diplomático" com os Estados Unidos.

A análise às ações de Trump reforça esta perceção de imprevisibilidade.

A sua reação ao ataque russo em Kiev foi de descontentamento, mas sem surpresa, e as suas tentativas de mediar a paz são vistas com ceticismo na Europa, com um enviado seu a gerar alarme com declarações contraditórias sobre concessões russas.

O comentador Miguel Sousa Tavares foi particularmente incisivo, afirmando que Trump "acha-se dono da América, que ainda é uma democracia, e, em breve, dono do mundo", comparando a sua retórica a um "princípio Nazi".

A nível interno, a decisão de Trump de mobilizar tropas para cidades americanas para combater o crime também é alvo de críticas e debate, com dados a desmentirem o alegado aumento da criminalidade que justifica a medida.

A instabilidade estende-se à Reserva Federal, onde a governadora Lisa Cook processou a administração Trump por uma tentativa de destituição sem precedentes.