O arguido recusou-se a responder a questões sobre as suas finanças, adiando explicações sobre as alegadas entregas de dinheiro em numerário.
Na décima sessão do julgamento, José Sócrates, que está a prestar declarações desde o segundo dia, anunciou a sua decisão de fazer uma pausa.
Justificou o silêncio com o cansaço, afirmando que as sessões têm sido "muito violentas para uma pessoa que já não tem propriamente 40 anos".
O ex-primeiro-ministro pediu dispensa ao tribunal para se deslocar ao Brasil por "razões académicas e profissionais", comprometendo-se a retomar as suas declarações dentro de dez dias. Durante a sessão, Sócrates recusou-se a falar sobre as suas contas bancárias, a casa em Paris e as entregas de dinheiro em numerário que lhe são imputadas pela acusação.
O arguido voltou a criticar o Ministério Público, acusando-o de "incompetência" e de querer apenas "pornografia", ao mesmo tempo que elogiava o "circunspecto" juiz Ivo Rosa pela sua atuação na fase de instrução.
Afirmou ainda que não existem provas que o liguem aos milhões da Operação Marquês e negou qualquer intervenção no concurso do TGV.
A interrupção das declarações ocorre precisamente quando o interrogatório se preparava para abordar os temas mais sensíveis, como as alegadas luvas e a "fortuna escondida".
O tribunal aceitou o pedido, e as próximas sessões serão dedicadas a ouvir outros arguidos.









