O presidente Rui Costa anunciou a decisão de madrugada, abrindo caminho para o muito aguardado regresso de José Mourinho ao clube que o lançou há 25 anos. A decisão de Rui Costa, comunicada após uma longa reunião com o técnico, foi justificada como necessária para “não hipotecar a época”.

O presidente benfiquista afirmou que o clube precisa de um “perfil ganhador” e espera ter o novo treinador já no próximo jogo, no sábado.

A saída de Lage, que na sua segunda passagem pelo clube conquistou uma Taça da Liga e uma Supertaça, ocorre num momento de grande pressão, com os adeptos a pedirem a sua demissão ainda durante o jogo.

O próprio Lage, à chegada ao Seixal na manhã seguinte, desejou sorte ao seu sucessor, afirmando que “condicionalismos internos e externos não nos permitiram fazer melhor”.

A chegada de José Mourinho a Lisboa, vindo de Barcelona, confirmou as expectativas.

O técnico português, recém-saído do Fenerbahçe, declarou aos jornalistas: “Quem é o treinador que diz não ao Benfica? Eu não”.

Este regresso acontece num contexto eleitoral tenso, a pouco mais de um mês das eleições presidenciais do clube. Os candidatos da oposição, como João Noronha Lopes e Luís Filipe Vieira, criticaram duramente a gestão de Rui Costa, considerando a contratação de Mourinho uma “cartada eleitoral” e um reflexo de “quatro anos desastrosos”. Noronha Lopes foi perentório ao afirmar que “o Benfica não precisa de um novo treinador, precisa de um novo presidente”, enquanto outros candidatos questionaram a competência de Rui Costa para tomar uma decisão desta magnitude que “hipoteca o futuro” do clube.