O primeiro-ministro, Luís Montenegro, desvalorizou o incidente como um "erro processual", mas a oposição exige responsabilidades e a demissão do ministro da Defesa, Nuno Melo.
O caso veio a público após o MNE, numa "segunda averiguação exaustiva", ter confirmado que as aeronaves que fizeram escala em abril eram, de facto, americanas para entrega a Israel.
O ministério admitiu uma "óbvia falha de procedimento, contrária às instruções internas dadas pelo ministro Paulo Rangel", anunciando um inquérito para apurar responsabilidades.
Luís Montenegro lamentou o "erro processual", mas recusou qualquer demissão no executivo, considerando as reações da oposição "radicalizadas" e enquadradas na campanha autárquica.
O primeiro-ministro e o MNE isentaram o Ministério da Defesa de responsabilidades, apontando a falha a um organismo dependente da diretora-geral de Política Externa do MNE.
A oposição reagiu de forma contundente.
O PS e o PCP solicitaram audições parlamentares com os ministros Paulo Rangel e Nuno Melo.
O Bloco de Esquerda e o Livre foram mais longe, exigindo a demissão de Nuno Melo, acusando-o de autorizar a passagem de material de guerra "para ser utilizado no genocídio do povo palestiniano" à revelia do MNE.
O líder do Chega, André Ventura, criticou a "trapalhada" do Governo, enquanto o embaixador israelita em Portugal se recusou a comentar, classificando o assunto como "secreto" e "delicado".