À chegada, relataram maus-tratos e criticaram a inação dos governos internacionais.
A chegada de Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves a Lisboa, após serem repatriados de Israel, gerou uma onda de apoio e mediatismo.
Centenas de pessoas aguardavam os ativistas no aeroporto, num ambiente descrito como eufórico.
Nos seus primeiros relatos, os quatro portugueses denunciaram as condições da sua detenção, descrevendo uma experiência traumática.
Miguel Duarte afirmou: "Todos nós passámos fome e sede.
Fomos algemados, fomos vendados.
(…) As celas estavam absolutamente sobrelotadas", acrescentando que alguns ativistas estiveram 48 horas sem comer.
Os relatos incluem ainda terem sido mantidos "várias horas em jaulas ao sol" e terem visto "camaradas a ser espancados".
Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, emocionou-se com a receção e sublinhou a diferença de tratamento sentida na prisão: "Se eles nos fazem isto, imaginem o que não fazem a prisioneiros palestinianos". A líder bloquista acusou Israel de ter "inventado um crime" que nunca admitiram ter cometido, referindo-se a documentos que as autoridades israelitas tentaram que assinassem.
Os ativistas criticaram a falta de ação dos governos internacionais face à situação em Gaza, considerando que a missão da flotilha era fazer "o trabalho dos Governos". O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou o repatriamento e assegurou que os cidadãos seriam acompanhados por um diplomata durante o percurso de regresso, que incluiu uma escala em Madrid. A deportação dos portugueses fez parte de um grupo maior de ativistas que Israel tem vindo a repatriar.