Paralelamente, foram retomadas no Egito as negociações indiretas entre Israel e o Hamas para um cessar-fogo, sob um plano proposto pelos EUA.

Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves foram recebidos por centenas de pessoas no aeroporto de Lisboa, onde relataram ter passado fome, sede e sofrido espancamentos e condições desumanas durante a detenção, como permanecer em "jaulas ao sol".

Mortágua afirmou: "Se eles nos fazem isto a nós, imagino o que não fazem a prisioneiros palestinianos".

As Nações Unidas consideraram os relatos "perturbadores" e defenderam uma investigação.

O regresso gerou reações políticas distintas em Portugal: o ministro da Defesa, Nuno Melo, classificou a iniciativa como um "número" e uma "palhaçada", enquanto o primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu que o Governo fez tudo para um repatriamento rápido.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sugeriu que o tratamento dado aos detidos refletiu a "irritação" de Israel com o reconhecimento do Estado da Palestina por parte de Portugal.

No Egito, as negociações para um cessar-fogo foram retomadas, com o presidente dos EUA, Donald Trump, a mostrar-se otimista, afirmando que o Hamas "concordou com algumas coisas muito importantes" e que um acordo está "mais próximo do que nunca".

A primeira ronda de negociações terminou numa "atmosfera positiva", com o plano a prever a libertação de reféns, incluindo portugueses. Greta Thunberg, também detida e deportada, acusou os governos de "cumplicidade" com Israel.