A notícia surge em plena campanha para as eleições autárquicas, adensando a pressão sobre o chefe do Governo. A notícia, avançada pela revista ‘Sábado’, indica que os procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e a Polícia Judiciária (PJ) consideram que apenas a abertura de um inquérito-crime permitirá ultrapassar as limitações da atual averiguação preventiva e esclarecer todas as dúvidas sobre a empresa familiar do primeiro-ministro.
Tal inquérito permitiria, por exemplo, o levantamento do sigilo bancário.
A decisão final caberá à Procuradora-Geral da República, que, segundo um comunicado da PGR, ainda não recebeu qualquer proposta nesse sentido, estando a investigação preliminar "em curso" e a aguardar documentação.
Luís Montenegro reagiu de forma veemente, classificando a notícia como uma "pouca vergonha" e "manobras obscuras" em período eleitoral, afirmando estar "completamente tranquilo, embora absolutamente estupefacto e mesmo revoltado".
A oposição reagiu com posições distintas: José Luís Carneiro, líder do PS, apelou a que se evitem "precipitações", defendendo que o primeiro-ministro deverá dar explicações "quando chegar a hora". Já André Ventura, do Chega, considerou o cenário "grave" e afirmou que Montenegro "não se pode esconder".
Analistas políticos destacam que "o pior de tudo é a perpetuação desta situação de incerteza" para o primeiro-ministro.