A crise pressiona o Presidente Emmanuel Macron, que enfrenta apelos crescentes para dissolver o parlamento ou convocar eleições presidenciais antecipadas, inclusive por parte de antigos aliados.

A demissão de Lecornu, o quinto primeiro-ministro a abandonar o cargo em três anos, deixou o Presidente Macron numa posição politicamente isolada.

Figuras proeminentes, incluindo antigos aliados como o ex-primeiro-ministro Édouard Philippe e o ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, vieram a público pedir uma solução para o impasse.

Philippe declarou que a França "não pode continuar paralisada" e defendeu a convocação de eleições presidenciais antecipadas.

Attal confessou que "já não entende" as decisões do presidente.

Apesar da pressão, Macron tem rejeitado a dissolução da Assembleia Nacional e manifestou a intenção de cumprir o seu mandato até 2027.

Numa tentativa de ganhar tempo, deu ao primeiro-ministro demissionário um prazo de 48 horas para encontrar uma solução que permita a aprovação do orçamento. A crise de governação é acompanhada por um crescente descontentamento popular, com uma sondagem a indicar que 70% dos franceses desejam a demissão de Macron.

A situação em França está a ser seguida "atentamente" pelas instituições europeias, conforme afirmou a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.