O Comité Nobel Norueguês justificou a escolha pelo seu "trabalho incansável e persistente" na promoção dos direitos democráticos e pela sua "luta corajosa" por uma transição pacífica na Venezuela.
A atribuição do prémio acontece num contexto de forte polarização política e especulação.
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que manifestava publicamente o desejo de receber a distinção pelo seu papel em negociações de paz internacionais, afirmou que Machado lhe telefonou a dedicar o prémio, dizendo: "Estou a aceitar isto em sua homenagem porque realmente o mereceu".
A Casa Branca criticou a decisão do comité, acusando-o de "colocar a política acima da paz".
Em contraste, o ex-presidente Barack Obama felicitou Machado, pedindo que o seu exemplo de defesa da democracia seja seguido.
As reações estenderam-se a outros líderes mundiais, com o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, a considerar "vergonhoso" o prémio a alguém que, na sua opinião, "instiga a intervenção militar", enquanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou a decisão como um reconhecimento do "poder do espírito democrático".
Em Portugal, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou a escolha como "muito sábia", e o ministro Paulo Rangel classificou-a como "justíssima".
A atribuição do prémio a Machado, que vive na clandestinidade desde julho do ano anterior devido a ameaças, é vista por muitos analistas como uma forma de proteção e um impulso para a oposição venezuelana, tornando mais difícil para o regime de Nicolás Maduro tomar ações contra ela. A notícia gerou também uma investigação sobre um aumento súbito de apostas em seu nome horas antes do anúncio oficial.