Segundo o inquérito, Portugal apresenta uma prevalência de depressão de 44% entre estes profissionais, um valor apenas superado pela Letónia e Polónia (ambas com 50%).
O país ocupa a mesma posição no que diz respeito à ansiedade.
Os dados da OMS indicam que um em cada três médicos e enfermeiros em Portugal reportou sintomas de depressão, e um em cada dez admitiu ter tido pensamentos suicidas passivos.
Estes números refletem uma realidade de exaustão emocional e burnout, com mais de 61% dos portugueses em geral a sentirem-se esgotados. A pedopsiquiatra Neide Urbano alerta também para o aumento de adolescentes nas urgências por autoagressões ou tentativas de suicídio, defendendo consultas de rotina para detetar sinais de risco precocemente. Em resposta a esta crise, surgem algumas iniciativas, como as equipas comunitárias de saúde mental, que, segundo um estudo, permitiram reduzir os internamentos em 26% e poupar milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). No Porto, o Hospital Conde de Ferreira iniciou um projeto pioneiro de apoio domiciliário a doentes mentais graves.