A decisão, descrita como “altamente controversa” pela imprensa europeia, gerou forte contestação por parte da oposição e aprofundou o clima de instabilidade no país.

Após uma semana de caos político, a escolha de Macron de renomear o primeiro-ministro demissionário não foi bem recebida. Partidos da oposição, tanto à esquerda como à direita, anunciaram imediatamente a intenção de apresentar uma moção de censura ao novo governo. Confrontado com um impasse, Lecornu apelou à calma e ao apoio dos partidos para viabilizar o Orçamento de Estado antes do final do ano, afirmando não ter “outra ambição além de superar este momento, que é objetivamente muito difícil para todos”. O primeiro-ministro reconduzido declarou ainda a sua vontade de nomear um governo “livre” e “não preso aos partidos”.

Analistas, como o vereador de Paris Hermano Sanches, sugerem que Macron evitou convocar eleições antecipadas por receio de uma derrota política. No entanto, a recondução de Lecornu, vista por um comentador como um ato de Macron a “brincar com o bolso dos franceses e com a União Europeia”, parece ter apenas adiado, e não resolvido, a crise institucional.