A frágil paz alcançada na Faixa de Gaza está sob intensa pressão.

Após a libertação de 20 reféns israelitas vivos e a troca por centenas de detidos palestinianos, o processo entrou numa fase crítica com a devolução dos corpos dos reféns que morreram em cativeiro. O Hamas entregou apenas um pequeno número de corpos, falhando o prazo acordado, o que levou a uma retaliação imediata de Israel. O governo israelita anunciou o encerramento da fronteira de Rafah e a redução da entrada de ajuda humanitária para metade, de 600 para 300 camiões diários, como forma de pressionar o grupo islamita a cumprir o acordo. A situação humanitária agrava-se com o alerta de que cerca de 70 mil toneladas de explosivos não detonados representam um risco enorme para a população. O Presidente norte-americano, Donald Trump, endureceu o tom, ameaçando o Hamas de que, se não se desarmar voluntariamente, será desarmado de "forma rápida e talvez violenta". Questionado sobre como o faria, Trump respondeu: "Não preciso de explicar."

No terreno, a tensão é palpável.

O exército israelita disparou contra palestinianos que se aproximaram das suas tropas, e o Hamas executou publicamente indivíduos acusados de serem "colaboradores" de Israel, transmitindo as imagens na sua estação de televisão.

Analistas internacionais mostram-se céticos, considerando que a paz duradoura é improvável enquanto as partes beligerantes não demonstrarem confiança mútua e um compromisso genuíno com o desarmamento e a reconstrução.