O julgamento da Operação Marquês prosseguiu com testemunhos que lançaram luz sobre o fluxo de dinheiro em torno do ex-primeiro-ministro José Sócrates, focando-se nos levantamentos em numerário feitos pelo seu amigo, o empresário Carlos Santos Silva. Em tribunal, o gestor de fortunas de Carlos Santos Silva no BPI revelou que era uma "prática comum" o empresário levantar avultadas quantias em dinheiro ao balcão. Um dos exemplos citados foi o levantamento de 250 mil euros em numerário no espaço de apenas dois meses, em plena época da Troika.
Esta informação reforça a tese da acusação de que Santos Silva funcionava como intermediário financeiro para José Sócrates. Outra testemunha, uma antiga secretária de Sócrates, confirmou que era Carlos Santos Silva quem pagava as viagens do então primeiro-ministro. Uma testemunha ligada a uma agência de viagens acrescentou que Sócrates chegou a ter uma dívida de 11 mil euros, a qual "nunca chegou a ser cobrada". Além disso, a cunhada de José Sócrates revelou em tribunal que era maltratada sempre que abordava o tema do dinheiro, pintando um quadro de secretismo e tensão em torno das finanças do ex-governante. Estes depoimentos visam demonstrar a dependência financeira de Sócrates em relação a Santos Silva, um dos pilares da acusação de corrupção.
Em resumoNovos testemunhos no julgamento da Operação Marquês detalharam como o amigo de José Sócrates, Carlos Santos Silva, realizava levantamentos de centenas de milhares de euros em dinheiro e pagava despesas do ex-primeiro-ministro, incluindo viagens, reforçando as suspeitas de um esquema financeiro ilícito.