Esta decisão surge como uma tentativa de evitar uma crise política e impedir que o governo minoritário da Aliança Democrática (AD) seja forçado a negociar com o Chega para aprovar o documento orçamental.

José Luís Carneiro já tinha sinalizado esta possibilidade, afirmando que o PS pretende ser um garante da estabilidade, honrando a palavra dada aos portugueses.

A proposta será formalizada na reunião da Comissão Política Nacional do PS, que se realiza na sede do partido em Lisboa. Do lado do Governo, o Ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, manifestou confiança na aprovação do orçamento, considerando que um voto contra "seria um sinal de irresponsabilidade do PS". O candidato presidencial Luís Marques Mendes também se mostrou satisfeito com a posição do PS, afirmando que "é positivo que Portugal não tenha nenhuma crise política". No entanto, a decisão não é unânime, com comentadores como Miguel Relvas a sugerirem que a abstenção serve para "empurrar o Governo a fazer um acordo com o Chega", enquanto o ex-ministro das Finanças, Fernando Medina, criticou o orçamento, considerando que "vai ser muito difícil, para não dizer quase impossível, de executar nos termos em que foi escrito".