O secretário-geral, José Luís Carneiro, justificou a decisão com a necessidade de assegurar a "estabilidade política" do país, classificando a posição do partido como uma "abstenção exigente". A decisão, formalizada após uma reunião da Comissão Política Nacional do PS, surge num contexto de um governo minoritário da Aliança Democrática (AD), que necessita da abstenção ou do voto favorável de parte da oposição para governar. Apesar de viabilizar o documento, Carneiro não poupou críticas à proposta, descrevendo-a como um "orçamento vazio" e lamentando a "insensibilidade" do Governo. A estratégia socialista, que faz recordar a "abstenção violenta" de António José Seguro, permite ao PS demarcar-se do conteúdo do orçamento, ao mesmo tempo que se posiciona como um partido responsável. José Luís Carneiro ressalvou, no entanto, que o sentido de voto pode ser alterado durante a discussão na especialidade, caso as propostas do PS não sejam acolhidas.
Esta manobra política retira poder negocial ao Chega, que se preparava para ser o parceiro privilegiado do Governo.
O líder do Chega, André Ventura, reagiu acusando o PS de ser “um partido vendido” por, na sua ótica, transacionar o seu voto por taticismo político.









