As duas maiores centrais sindicais portuguesas, a CGTP e a UGT, anunciaram a convocatória de uma greve geral conjunta para o dia 11 de dezembro. Esta união, que não acontecia desde os tempos da Troika há mais de uma década, surge como resposta ao anteprojeto de revisão da legislação laboral apresentado pelo Governo de Luís Montenegro. O anúncio foi feito por Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, no final de uma marcha nacional em Lisboa que juntou milhares de trabalhadores sob o lema "Todos a Lisboa".
Os sindicatos consideram que as alterações propostas representam um "retrocesso social" e um "ataque direto à dignidade do trabalho".
Entre as medidas mais contestadas estão a extensão da duração dos contratos a prazo, o regresso do banco de horas individual e o fim do travão à contratação externa após despedimentos.
A convocatória já gerou reações no espectro político.
O candidato presidencial António José Seguro manifestou-se "bastante preocupado" e apelou ao Governo para retomar o diálogo e evitar a paralisação.
Por outro lado, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou não ver razões para uma greve geral, defendendo que o processo ainda está em fase de negociação em sede de concertação social.
A ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, admitiu negociar a reforma com "outros partidos" caso o PS imponha "linhas vermelhas", num claro desafio à oposição.
Em resumoPela primeira vez em mais de uma década, a CGTP e a UGT convocaram uma greve geral conjunta, agendada para 11 de dezembro. A paralisação visa protestar contra o pacote de alterações à legislação laboral do Governo, que os sindicatos consideram um retrocesso nos direitos dos trabalhadores. A decisão já motivou reações políticas, com apelos ao diálogo por parte da oposição e desvalorização por parte do Governo.