O antigo primeiro-ministro José Sócrates enviou um requerimento ao tribunal para protestar contra o que classificou como um «lamentável e degradante espetáculo». Em causa está a presença mediática de um advogado que, segundo Sócrates, se apresenta como seu defensor sem que este lhe tenha conferido qualquer mandato. Numa carta a que a agência Lusa teve acesso, José Sócrates queixa-se de ver na televisão alguém «que reclama» ser seu advogado, uma situação que pretende ver terminada.
Este episódio surge como mais um capítulo na longa batalha legal do ex-governante no âmbito da Operação Marquês, marcada por sucessivos adiamentos e manobras processuais.
A situação foi alvo de sátira no programa «Isto é Gozar com Quem Trabalha», onde o humorista Ricardo Araújo Pereira ironizou sobre as desculpas de Sócrates para adiar o julgamento, comparando-as a «o cão comeu-me o processo», e comentando a nova queixa: «Sócrates continua a demonstrar que não tem nada em seu nome, agora até o advogado é do Estado!». A recusa em ser representado por um advogado oficioso e a queixa formal ao tribunal demonstram a contínua resistência de Sócrates em aceitar os trâmites do processo tal como estão a ser conduzidos pela justiça.
Em resumoA mais recente iniciativa de José Sócrates no processo Operação Marquês, ao contestar a sua representação legal, evidencia a sua estratégia de confronto com o sistema judicial. O episódio, que já extravasou para o domínio da sátira, mantém o caso no centro da atenção mediática, enquanto o seu desfecho continua por definir.