O Governo português deu um primeiro sinal de apoio a uma eventual candidatura de Mário Centeno ao cargo de vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), numa altura em que se inicia a corrida para a sucessão de Luis de Guindos. Questionado em Bruxelas sobre a possibilidade, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, afirmou que "o Governo (...) vê sempre com satisfação quando um português pode chegar a um cargo internacional", embora considere "extemporâneo falar de nomes".
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, reforçou a ideia, declarando que se vai "bater por uma boa representação de Portugal" nas instituições europeias.
Este apoio, ainda que não formalizado, é significativo, dadas as conhecidas divergências políticas entre o atual executivo e o antigo ministro das Finanças dos governos de António Costa.
Mário Centeno, que também foi governador do Banco de Portugal, é apontado como um dos nomes fortes na corrida a um dos mais importantes cargos da política monetária europeia, cujo mandato de vice-presidente termina em junho do próximo ano. O processo de escolha deverá ser iniciado formalmente na reunião do Eurogrupo.
Em resumoApesar de um historial de divergências políticas, o Governo português parece priorizar a importância estratégica de ter um representante nacional num cargo de topo no BCE, abrindo a porta ao apoio à candidatura de Mário Centeno.