O sistema judicial português volta a ser foco de atenção devido a novos desenvolvimentos nos mediáticos casos da Operação Marquês e do juiz Ivo Rosa, marcados por atrasos processuais e acusações de manobras dilatórias. No julgamento da Operação Marquês, a juíza Susana Seca suspendeu as sessões até 4 de dezembro, após a renúncia do advogado de José Sócrates, João Araújo. A magistrada classificou o ato como um "uso abusivo de mecanismos processuais" e uma "manobra manifestamente dilatória" por parte do ex-primeiro-ministro com o objetivo de "dilatar no tempo o findar do processo".
Esta nova paragem levanta preocupações sobre a possível prescrição de alguns dos crimes em julgamento.
Paralelamente, o juiz Ivo Rosa continua sem acesso integral ao processo em que foi investigado por suspeitas de corrupção. A Procuradora-Geral da República autorizou a consulta, mas impôs restrições, impedindo o acesso a dados de terceiros, como o advogado Rui Patrício, que também é investigado no mesmo processo.
A justificação prende-se com a necessidade de salvaguardar "um específico regime de confidencialidade, ou segredo".
Ivo Rosa já avançou com uma segunda reclamação para obter acesso total aos autos.
Em resumoOs desenvolvimentos recentes nos processos de José Sócrates e Ivo Rosa evidenciam as complexidades e os desafios do sistema de justiça português, onde as táticas processuais e as questões de confidencialidade continuam a gerar atrasos e a alimentar o debate público sobre a morosidade da justiça.