As chuvas intensas e os ventos fortes resultaram em milhares de ocorrências, inundações e cortes de energia, com particular incidência na região de Lisboa e Vale do Tejo e na Península de Setúbal. A consequência mais grave da tempestade foi a morte de um casal de idosos, ambos com 88 anos, em Fernão Ferro, no concelho do Seixal.

As vítimas foram encontradas sem vida dentro da sua habitação, que ficou inundada durante a madrugada.

A casa, localizada numa zona de risco já sinalizada, era uma “construção ilegal”, segundo o vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Tavares. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a tragédia, sublinhando que esta “depara infelizmente com a precariedade da vida e da habitação de setores mais idosos ou mais pobres da população”.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, também manifestou a sua “profunda tristeza”.

A Proteção Civil registou mais de 2.100 ocorrências até às 21h00 de quinta-feira, com a região de Lisboa e Vale do Tejo a ser a mais afetada, seguida da região Centro. Os estragos foram vastos, incluindo inundações que submergiram dezenas de carros no Seixal, afetaram a fábrica da Autoeuropa, o estádio do Estoril e provocaram o colapso de um muro no campo do Botafogo de Cabanas. O mau tempo levou também ao encerramento de escolas no Montijo e deixou, no pico da manhã, cerca de 20 mil clientes sem eletricidade nos distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal.

Outras regiões, como o Algarve, Nisa e a Covilhã, onde as rajadas de vento atingiram 110 km/h, também reportaram danos significativos.

Especialistas como o climatologista Carlos Pires asseguram que o pior da depressão já passou, mas advertem que a chuva só dará tréguas na próxima semana.