O grupo parlamentar do Partido Socialista decidiu solicitar a fiscalização preventiva da constitucionalidade do novo diploma da Lei da Nacionalidade, uma medida que suspende a sua promulgação. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, confirmou que irá aguardar pelo pronunciamento do Tribunal Constitucional (TC) antes de tomar qualquer decisão. O requerimento, apresentado exclusivamente pelo PS, é um recurso parlamentar raro e visa que o TC verifique se a pena acessória de perda de nacionalidade para quem comete crimes graves, prevista no novo diploma, é compatível com a Constituição. O líder da bancada socialista, Eurico Brilhante Dias, confirmou o envio do pedido, que representa a terceira vez que um partido utiliza este mecanismo para uma apreciação preventiva de uma lei. O decreto, que teve origem numa proposta do Governo PSD/CDS-PP, foi aprovado no parlamento a 28 de outubro e enviado para o Palácio de Belém.
Ao tomar conhecimento da iniciativa do PS, o Presidente da República afirmou que irá esperar pela decisão dos juízes do Palácio Ratton. “Se [o Tribunal Constitucional] entender que é inconstitucional, o Presidente da República é obrigado a vetar”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.
Esta ação do PS coloca o diploma em suspenso, impedindo a sua promulgação e entrada em vigor até que o TC se pronuncie sobre a sua conformidade com a lei fundamental do país, centrando o debate na delicada questão da perda de nacionalidade como sanção penal.
Em resumoA decisão do PS de pedir a fiscalização preventiva da nova Lei da Nacionalidade ao Tribunal Constitucional suspendeu o processo legislativo. O foco da controvérsia é a constitucionalidade da perda de nacionalidade como pena acessória, cabendo agora ao TC decidir sobre a matéria, uma deliberação que o Presidente da República aguardará antes de qualquer ação.