A criação da nova Agência para a Investigação e Inovação (AI2), que resulta da fusão da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e da Agência Nacional de Inovação (ANI), está a gerar preocupação na comunidade académica. O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) alertou para a necessidade de um aumento do financiamento e para o risco de desproteção da ciência fundamental. Numa tomada de posição, o CRUP manifestou apreensão relativamente ao futuro do financiamento da investigação em Portugal.
Os reitores defendem que os instrumentos financeiros ao dispor da nova agência devem ser superiores aos que existem atualmente na FCT e na ANI.
A principal preocupação reside no potencial desequilíbrio entre a aposta na inovação, definida por missões com retorno económico a curto prazo, e a "proteção insuficiente da ciência fundamental", que é movida pela curiosidade e tem horizontes de longo prazo.
O Conselho de Reitores apela a uma reforma da cultura e dos instrumentos das agências a fundir, "alinhando-os com o impacto e a valorização do conhecimento". Além do aumento de recursos, os reitores chegam mesmo a reavaliar "a pertinência da fusão", sugerindo que a junção das duas entidades pode não ser a melhor solução para o ecossistema científico nacional se não forem acautelados os devidos equilíbrios e reforçados os meios financeiros.
Em resumoO Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas expressou sérias reservas sobre a criação da nova agência de investigação, exigindo um reforço do financiamento. A comunidade académica teme que a fusão da FCT com a ANI possa prejudicar a ciência fundamental em detrimento de projetos de inovação com retorno económico imediato.