A proposta, que implica significativas cedências territoriais e militares por parte de Kiev, levanta sérias questões sobre a soberania ucraniana e o papel da Europa na resolução do conflito.
O plano, que segundo a imprensa internacional contém 28 pontos, propõe que a Ucrânia ceda o controlo do território do Donbass (Luhansk e Donetsk), mantenha as linhas da frente em Zaporíjia e Kherson, reduza as suas Forças Armadas para metade e rejeite formalmente a adesão à NATO.
Outras condições incluem a devolução de armamento, o reconhecimento do russo como língua oficial e a submissão da Igreja Ortodoxa ao Patriarcado de Moscovo.
A presidência ucraniana confirmou ter recebido o que classificou como um "plano preliminar" e o Presidente Volodymyr Zelensky manifestou disponibilidade para "trabalhar com os EUA e com os parceiros europeus" para alcançar a paz, tendo agendado uma reunião com responsáveis do Pentágono.
Contudo, a proposta foi recebida com ceticismo e críticas por parte de analistas e aliados europeus.
A diplomacia europeia insiste que a pressão para a paz deve recair sobre a Rússia, o agressor, e não sobre a Ucrânia.
Vários comentadores descreveram o plano como uma "capitulação", uma "submissão" e uma "tremenda derrota política" para Kiev e para a Europa, argumentando que consagra uma vitória clara para Vladimir Putin.
O comentador Miguel Sousa Tavares considerou-a, no entanto, "a tentativa mais séria" de Donald Trump para acabar com a guerra, colocando Zelensky perante a escolha entre "continuar a ter mortos ucranianos ou quer chegar a um mau acordo."
A emergência deste plano é amplamente vista como uma consequência direta da eleição de Trump, que, segundo analistas, sempre pretendeu uma paz "pela força da oposição, alinhando-se com o lado do invasor".













