A cimeira do clima COP30, em Belém, no Brasil, entrou na sua fase final sob o risco de terminar sem um acordo ambicioso, devido a um forte bloqueio em torno da eliminação progressiva dos combustíveis fósseis. Países como as nações árabes, Rússia, Índia e China estão a opor-se a um roteiro claro para o abandono do petróleo, carvão e gás, gerando frustração na União Europeia e em dezenas de outros países. A ministra do Ambiente de Portugal, Maria da Graça Carvalho, confirmou que existe "uma grande pressão dos países produtores do petróleo, que não querem reduzir as emissões".
A mais recente proposta de acordo, apresentada pela presidência brasileira, foi classificada como "inaceitável" e "insatisfatória" pela União Europeia, por não conter qualquer referência a um roteiro para o fim dos combustíveis fósseis.
A eurodeputada Lídia Pereira afirmou que "é preferível não haver acordo a fingirmos que há compromisso com o Acordo de Paris". A contestação ao texto já reúne mais de 70 países, que ameaçam bloquear um acordo final considerado fraco.
A situação foi agravada por um incêndio num dos pavilhões do recinto, que obrigou à evacuação do local e interrompeu temporariamente as negociações, embora sem causar feridos.
As próximas horas são decisivas para evitar um impasse histórico na luta contra as alterações climáticas.
Em resumoNo seu último dia oficial, a COP30 está num ponto crítico, com uma profunda divisão entre as nações sobre o futuro dos combustíveis fósseis. A resistência de grandes emissores e produtores de petróleo ameaça a possibilidade de um acordo final robusto, com a União Europeia e dezenas de outros países a preferirem um impasse a um compromisso sem ambição.