O segundo dia de votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2026 ficou marcado por uma aliança invulgar entre o PS e o Chega, que resultou na aprovação do aumento do subsídio de patrulha para a PSP e a GNR, contra a vontade do Governo. Em contrapartida, propostas para aumentos permanentes de pensões e descidas do IVA em bens essenciais foram chumbadas. A proposta do PS para aumentar o suplemento de patrulha, que tinha sido chumbada no dia anterior, foi aprovada à segunda tentativa depois de o Chega ter mudado o seu sentido de voto. Esta decisão representa uma derrota para o Governo, que alertou repetidamente para o risco de as propostas da oposição colocarem o país a "ultrapassar a linha vermelha" do défice.
No entanto, o executivo conseguiu travar outras medidas com maior impacto orçamental.
As várias propostas do Chega, PS e PCP para um aumento permanente das pensões foram rejeitadas, assim como as iniciativas para baixar o IVA de alguns produtos alimentares, mantendo o IVA Zero no cabaz alimentar chumbado.
O dia de votações evidenciou a complexa dinâmica parlamentar, com o Governo a necessitar de negociar caso a caso e a enfrentar alianças pontuais da oposição que podem desafiar a sua linha orçamental.
Em resumoAs votações do OE2026 revelaram um parlamento fragmentado, onde o Governo conseguiu evitar as propostas de maior despesa, como o aumento permanente das pensões, mas sofreu uma derrota simbólica com a aprovação do subsídio para as forças de segurança por uma aliança entre PS e Chega. A disciplina orçamental do executivo continua a ser testada pela oposição.