O caso das escutas ao ex-primeiro-ministro António Costa, no âmbito da Operação Influencer, continua a dominar a agenda política, levantando um intenso debate sobre a atuação do Ministério Público e o funcionamento do sistema de justiça em Portugal. A polémica marcou as declarações dos candidatos presidenciais e mereceu um comentário do Presidente da República.\n\nA controvérsia centra-se na não comunicação imediata ao Supremo Tribunal de Justiça de escutas que, incidentalmente, envolviam o então primeiro-ministro, um procedimento exigido por lei. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o caso deve servir de “lição para o futuro” e reconheceu que existe a “sensação de que a lei não foi aplicada como devia”.
As reações dos candidatos à Presidência da República foram na mesma linha, com apelos a uma reforma e maior celeridade da justiça.
Catarina Martins, apoiada pelo Bloco de Esquerda, classificou o sucedido como um “caso gravíssimo”, enquanto António José Seguro, apoiado pelo PS, defendeu a necessidade de uma justiça “competente” que apure os factos “a tempo e horas”.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, considerou “grave” a falha do Ministério Público e exigiu “cabais esclarecimentos” da Procuradoria-Geral da República.
O tema ilustra a desconfiança crescente em relação às instituições judiciais e a sua instrumentalização no debate político, com os candidatos a usarem o caso para vincar as suas posições sobre a necessidade de reformas no setor.
Em resumoA revelação de falhas processuais nas escutas a António Costa na Operação Influencer gerou uma onda de críticas ao sistema de justiça. O Presidente da República e vários candidatos presidenciais exigiram responsabilidades e reformas, sublinhando a percepção de que a lei não foi devidamente cumprida.